sexta-feira, 18 de setembro de 2020
Os dias andam mais solitários,o trabalho voltou presencial e a dor da solidão ficou mais nitida, mais pesada, mais dolorida. Passo o dia escutando as dores alheias e quando chego em casa só o gato me aguarda, com seus miados altos chamando atenção para um carinho. Após o banho ligo a TV, mas não vejo mais noticias, meu estômago se tornou sensivel e o enjoou logo vem quando ouço os absurdos disparados pelos politicos, pelas pessoas sem conhecimento e cegas por vinganças. Não há mais diálogo possível, cada um vomita suas verdades e laços são desfeitos. Cansei de ser tolerante com a intolerância. Os amigos antes tão perto se perderam na exaustão do isolamento, cada um sofre em sua individualidade, já não há mais chamadas de video, não há comemorações virtuais, não há mensagens otimistas. O tempo continua passando rápido e a falta de perspectivas do fim dessa pandemia nos traz mais angustias e dilacera a esperança de um novo normal que pudesse trazer mais consciência, mais dignidade, mais justiça social. No fim, continuamos os mesmos egoístas, preocupados apenas com nossa próprio prazer, sem nenhuma noção do coletivo. Sigo tentando encontrar um sentido maior para tudo isso e tentando entender o que não tem entendimento. E os abraços continuam proibidos, os encontros de lazer não chegam e seguimos sendo engrenagem de máquinas num sistema desumano.
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