quinta-feira, 13 de outubro de 2022
Eu não sei exatamentante onde dói, mas eu sei que dói, tanto que chega a perfurar o quer que seja. E não é de hoje que isso acontece, não há explicações racionais para o que sinto, só há o sentir. Um esvaziamento, uma tristeza infinita, uma imensa vontade de não existir. E no outro dia, aquele banhado a sol, vem a alegria de estar viva, de achar que a vida é maravilhosa, que todas as oportunidades são uma benção e o que eu devo à vida é só gratidão. Essa montanha russa é insana, deixa roxos para todos os lados, me tira do centro, me tira o foco. Faz pensar que eu não sei o que sou, o que quero, o que desejo....me deixa marcas irreparáveis...culpa, solidão, ingratidão. E o que fazer? Só esperar que seja só mais uma fase...
São tempos sombrios e me dói não reconhecer em meu semelhante os valores que tanto aquecem meu coração. Por vezes tento entender o que nos levou a essa distância que parece infinita, o diálogo não parece mais possível, não há escuta, só julgamentos e certezas: eu estou com a razão e você não! E para onde isso está nos levando? Com certeza para um abismo sem fim, um buraco de onde será difícil sair.
quarta-feira, 12 de outubro de 2022
não lembro
que horas
o relógio marcava
só sei que foi assim
na plataforma
esperando o metrô
que ela entendeu
que precisava
da solidão
daquela mais dura
mais seca
mais silenciosa
ela precisava
se entender de novo
precisava saber
que somos sim,
as nossas falhas
mas não só
e depois de tantas horas
com a cabeça atormentada
ela enfim sentiu o
peito desinchar
e depois de tanto tempo perdida
ela parou de esperar
qualquer coisa de alguém
e finalmente
se encontrou
em si mesma
aí vagou sozinha
no vagão lotado
Ryane Leão
Por aqui ainda um vazio avassalador, certezas aos pedaços, sentidos destruídos. Questionamentos intermináveis, um buraco negro sem fim, os dias se arrastam sempre na tentativa de se descobrir um prazer, um caminho, mas a noite chega e tudo continua sem perspectiva. O cansaço de entrar sempre no mesmo buraco e se debater é desgastante demais. Os dias permanecem nublados até que o sol possa novamente brilhar, mas será que ele irá brilhar?
terça-feira, 4 de janeiro de 2022
2020
Esse ano foi realmente um ano de morte, real e simbólica. Foi nesse ano que minha transferência, ainda má digerida, se deu. Logo no inicio, no dia 10 de janeiro de um ano novo cheio de possibilidades a minha porta da certeza se fechou. Passei por uma decepção marcante em que ainda é dificil acreditar que pessoas caras a mim puderam me enganar e me trair de forma tão perversa. Mal sabia eu que o ano só estava começando, dois meses depois da minha transferência veio o Coronavirus arregassar ainda mais as minhas certezas, destruir minhas convicções e me distanciar, mesmo que fisicamente, de quem eu mais amava. Foram meses de reflexições, arrependimentos e choros. Perdida, sem rumo, cheia de raiva e mágoas me perdi de mim. Comecei a duvidar de tudo que havia construído, de quem eu era e do que iria continuar sendo. Até hoje acho que não me encontrei, ainda luto tentando entender o que ocorreu e buscando o que vai me fazer novamente feliz. Por um momento, cheguei a voltar a acreditar em mim profissionalmente, mas talvez tenha sido só a crise falando por mim...até quando isso seguirá? Queria tanto me reencontrar...mas ainda sigo na busca!
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