segunda-feira, 22 de novembro de 2021

TAB

Após passar pela minha segunda crise comecei a me questionar quem eu era. Se o transtorno já vinha há tempos, só havia passado despercebido por minha familia, meus amigos, por mim mesma. A sensação de desconhecimento de si é simplesmente terrivel, a gente se pegunta se toda nossa vida foi mentira, se tudo o que fizemos foi resposta de nossos impulsos se o transtorno sempre teve voz mais alta e se teve qual a minha voz nisso tudo? E por que justo agora na vida adulta ele ficou tão aparente a ponto de me deixar completamente sem rumo. Por outro lado as conexões de que esse momento de crise permite é fascinate, parece que tudo fica mais claro, todas os nossos conflitos, nossos medos ficam desvelados, nus prontos para serem analisados. E mais, fico pensando em todos meus antepassados e as pessoas que sem conhecimento foram designadas loucas, o tanto que isso trouxe de sofrimento, porquem mesmo hoje que sabemos nomear essas crises nem por isso elas deixam de ser dolorosas e nos causarem estranhesa. E é aí que me lembro da frase "nada do que é humano me é estranho" será mesmo? Ainda luto para poder entender quem fui, quem sou e quem quero ser.